quinta-feira, 23 de setembro de 2010


PENSANDO SOBRE AS POSSÍVEIS MUDANÇAS

Pedro Demo em sua entrevista sobre os desafios da linguagem do século XXI para a aprendizagem na escola enfoca a utilização de computadores e internet nas atividades curriculares como uma forma diferente de aprender e eficaz no processo de alfabetização. As próprias crianças trocam informações entre si e não lê porque tem que copiar do quadro, mas escreve porque quer interagir com o mundo. Isso representa um grande desafio no Brasil porque ainda estamos encalhados no processo do ler, do escrever e contar. Quando vão para a escola as crianças se aborrecem, porque a escola é devagar. Aquilo que ela aprende quando está mexendo na internet, são coisas da vida. A linguagem que ela usa na escola quando volta para casa não vê em nenhum lugar. A escola parece um mundo estranho. Mais do que um texto impresso, para que seja atrativo deve ter som, imagem e animação. E isso só pode ser feito com o uso da internet,como por exemplo a criação de blog, onde a criança tem que ser autor, redigir, elaborar,se expor,discutir animadamente com outros autores mirins.
Dessa forma é melhor dar menos aulas e cuidar que o aluno pesquise, elabore, escreva – aprenda. O texto impresso vai continuar, é o texto ordenado. Mais vai entrar muito mais o texto da imagem, que não é hierárquico, não é centrado, é flexível, é maleável, que são os textos da internet, como a Wikipédia que é um texto de enciclopédia do melhor nível.
Nesse sentido a grande mudança deve começar com o professor. Porque todas essas mudanças só entram bem na escola se entrarem pelo professor. Ele é a tecnologia das tecnologias e deve se portar como tal. O desafio será cuidar do professor, arrumar uma metodologia na qual ele nasça de uma maneira diferente, que mexa com as novas linguagens, que tenha blog, que participe desse mundo, isso é fundamental. Ele tem que ter o material próprio dele, porque a gente só dar aula daquilo que produz. Não adianta também só criticar o professor, mas cuidar para que ele se coloque à altura da criança e com isso coloque á altura da criança a escola - sobretudo a escola pública, onde grande parte da população está.